segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Sobre o prazer de viajar por viajar!

Este era para ser apenas um texto sobre um período de quatro meses que passei viajando por diferentes lugares do Brasil. Como tenho o costume de escrever muito, o texto acabou se dividindo em dois posts. Nesse primeiro compartilho com vocês como o prazer de viajar foi me conquistando desde meus primeiros passos no montanhismo e na escalada até a imensa vontade e cara de pau de abrir mão de uma vida estável pelo prazer do desconhecido de viver em outros lugares. No segundo faço o relato das minhas impressões sobre os quatro meses que passei viajando nesse ano. Minha intensão não é falar diretamente sobre escalada como vias, graus ou treinamento, mas sim sobre o prazer de viajar, as amizades, os encontros, a cultura dos locais e as mudanças que cada viagem traz na nossa vida. Espero que gostem!


2015 está sendo um ano bastante especial. Em agosto completei 10 anos como montanhista (comecei praticando travessias de cânion nos Aparados da Serra, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina) e em outubro completo 9 anos como escaladora. Além disso foi o ano que mais viajei para escalar e para viver! Para mim, viajar é um dos melhores benefícios (entre tantos outros) que o montanhismo proporciona. Desde o início, quando eu ainda só fazia travessias, durante os finais de semana e feriadões, passava horas dentro da Bandeirantes amarela do meu amigo Neytão (Neyton Reis da loja Montanha Equipamentos de Porto Alegre), ouvindo REM e Dire Straits, espremida com outros canionistas, descobrindo a serra do RS e o litoral de SC, louca de faceira. 

Esse é o cânion Amola Faca em São José dos Ausentes/RS. A parte de cima do cânion é gaúcha e a parte de baixo é catarinense. Foi nessa linda paisagem que aprendi a carregar mochila, a ficar pendurada em corda, dormir no meio do mato e a valorizar as parcerias.

Logo comecei a escalar, e sempre fazia questão de cada final de semana aceitar carona (nunca tive carro) pra conhecer um pico diferente de escalada no meu estado natal.  Mesmo quando não pintava carona, eu dava um jeito de entrar em contato (pelo Orkut e mais tarde pelo Facebook) com algum escalador local do lugar que eu queria conhecer. Posso dizer que, dessa forma, conheci praticamente todos os picos de escalada do RS. E isso eu faço até hoje! Sempre que vou a algum lugar novo, seja em outro estado ou outro país, sempre procuro a parceria dos locais. Geralmente as pessoas ficam muito contentes pelo meu interesse pelo seu pico local de escalada e me recebem super bem, oferecendo transporte, estadia, os melhores betas e parceria da melhor qualidade. Nunca tive frescura em arrumar parceria pra escalar, escalo com qualquer um, desde que tenha uma vibe positiva e fique esperto nos procedimentos de segurança.

Viajar e conhecer novos lugares e novas pessoas é maravilhoso, mas nada como escalar em casa ao lado dos bons e velhos amigos. É assim que me sinto quando estou no Morro do Itacolomi em Morungava/RS. Essa foto foi em um final de dia incrível ao lado de pessoas muito especiais!

Quando terminei a graduação, consegui ter mais tempo para viajar para mais longe e, durante as férias de inverno e verão (sou professora), comecei a escalar em outros estados como Paraná e São Paulo. No verão de 2011 eu estava trabalhando em um projeto onde precisaria dar aula durante o verão. Estava insatisfeita com algumas coisas do trabalho, cansada (cheguei a trabalhar 60 horas por semana e sempre muito longe de casa) e louca de vontade de conhecer a Patagonia. Não preciso nem dizer que pedi demissão, mesmo com o coração partido de ter que deixar os alunos que eu tanto amava. Assim, passei 40 dias na Patagonia. Conheci e escalei em Cochamó, no Chile, e no Frey, na Argentina. Nessa viagem passei o tempo em Cochamó com amigos e outra parte, na Argentina, fui sozinha. Apesar de estar em um país diferente, nunca ter estudado espanhol e com quase nada de experiência em escalada móvel, fiz amizades que mantenho até hoje, escalei quase todas as vias clássicas do Frey e voltei uma pessoa diferente e melhor, muito mais desapegada e intensamente apaixonada pela vida. 

São Bento do Sapucaí/SP tem escalada para todos os gostos e ainda tem aquele visual incrível da Serra da Mantiqueira, comida deliciosa e uma galera alta vibe. Tem como não voltar? 

Mesmo não sendo paranaense, me sinto em casa no Morro do Anhangava em Quatro Barras/PR. O granito educa e te ensina a escalar em qualquer parte do mundo. Sou muito grata pelo que aprendi nesse lugar. Que saudade do Morro!!!
Cochamó foi um dos lugares mais bonitos que já estive e onde quero muito voltar. Essa foi a primeira vez que escalei em móvel sacando as peças. Pensa na felicidade em encadenar uma via linda dessas!!



A partir daí fui picada pelo mosquitinho da Patagonia e no verão seguinte passei mais 30 dias desfrutando dessa região incrível. Fui para o Frey novamente, passei a virada de 2011 pra 2012 na cordilheira, vi neve pela primeira vez na vida, carreguei uma mochila com mais da metade do meu peso, passei 10 dias sem banho, respirei as cinzas do vulcão Puyehue e escalei vias incríveis. Na mesma temporada, enfrentei 27 horas de viagem pela mítica Ruta 40, que nem foi tão ruim assim, já que os ônibus argentinos são super confortáveis e servem todas as refeições. Depois de muita poeira, calor e guanacos cheguei num lugar mágico conhecido como El Chaltén, no sul da Argentina. Cheguei à noite. Na manhã seguinte a coisa que eu mais queria era ver as famosas agulhas Fitz Roy, Cerro Torre, Saint Exupery, Poincenot. Se eu conseguisse ver ao menos uma pontinha delas, a viagem já estaria ganha para mim. Quem conhece ou já ouviu falar sobre El Chaltén sabe que é super difícil visualizar essas montanhas. O clima nesse lugar é severo demais, muito vento, frio, neve, neblina. A escalada nesse lugar então faz tremer as pernas até do mais experiente e forte escalador. Mas para minha surpresa e sorte de iniciante, não tinha vento, o céu estava sem nenhuma nuvem e fazia um calor que permitia até sair apenas de camiseta pelo vilarejo. Este era o início de uma janela histórica de bom tempo. Nessa janela de bom tempo muitos brasileiros fizeram cume nas montanhas de Chaltén, o escalador Rato (Ricardo Baltazar) escalou todas as principais montanhas da região, David Lama livrou uma via sinistra no Cerro Torre,  Hayden Kennedy e Jason Kruk arrancaram os grampos da via do Compressor nessa mesma montanha, provocando uma polêmica mundial sobre ética na escalada. E enquanto tudo isso acontecia, eu na minha tremenda cara de pau, entrei numa cordada com mais dois gaúchos, Alltmann e Sequinho, na agulha De la S. Com experiência nula em travessia de glaciar, aproximações tão longas e escalada no estilo alpino, lá estava eu dormindo (pelo menos tentando) com o barulho das avalanches, calçando os grampões, aprendendo a usar piqueta, pulando gretas e rimayas, passando ao lado de seracs (inclusive vendo alguns despencar) e rapelando de pitons duvidosos e fitas e cordeletes antigos. Dessa forma fiz cume num dos lugares mais sinistros de escalada no mundo e ainda tive o privilégio de, ao chegar ao cume, visualizar de um lado o Fitz Roy e de outro o Cerro Torre. Indescritível a sensação. Com certeza foi uma das experiências mais intensas da minha vida e eu agradeço imensamente ter sobrevivido para poder estar aqui contando.

Lá estão as agulhas, abertas, lindas a me chamar. E eu fui, levei dois dias caminhando pra chegar na base. O caminho foi duro mas a experiência inesquecível!

Cume da Agulha Dela S. Sem mais!

Depois dessa grande viagem, passei por uma fase um pouco obscura com problemas pessoais, insatisfação no trabalho, lesões. Entretanto, tive muito tempo pra pensar. Alguma coisa me inquietava, eu não queria apenas passar as férias nos lugares incríveis. Eu queria poder conhecer intensamente esses locais, viver o dia-a-dia dos habitantes, absorver a cultura local. Assim, conclui que precisava morar  em algum local incrível com muita escalada. Pedi demissão do trabalho mais uma vez, assim, precisava arrumar alguma forma de me sustentar. Então decidi voltar a estudar, fazer um mestrado. Escolhi Curitiba pois, além de ter uma ótima universidade pública, o clima de serra dessa cidade sempre me agradou, além do Paraná ser um estado com um histórico de escaladas antigo e muito forte. Sempre quis saber porque os escaladores paranaenses são tão fortes. No mestrado consegui uma bolsa, que não era muito mas, economizando e planejando bem, era o suficiente para eu poder escalar todos os finais de semana nos lugares incríveis perto de Curitiba e viajar todos os feriadões e férias de meio e final de ano. Sair de casa foi uma das melhores escolhas que já fiz. Por incrível que pareça as antigas amizades não esfriam, parece que com a distância elas se intensificam. A relação com a família também melhora muito. E você descobre que o mundo não é tão mau como muita gente fala. Existem muitas pessoas que ajudam as outras mesmo sem conhecê-las direito e sem cobrar nada em troca. O mundo é bom, só precisamos nos permitir experimentá-lo! 

Com Ana (uma das amizades pra vida toda que fiz no Paraná) no cume do Anhangava com o conjunto do Marumbi ao fundo.

Aqui o cume do Olimpo no Marumbi com Luísa e Rodrigo Cunha. Sempre vou ter um caso de amor com a serra do mar paranaense!

Depois de dois anos, com o final do mestrado, eu me dei de presente de defesa uma viagem à Bahia. Na verdade a Bahia foi só o início e o meio de uma longa viagem que durou 4 meses. Mas as impressões e experiências sobre essa viagem vão ficar para breve.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

14º EENe - Encontro dos Escaladores do Nordeste!!!

Entre as moças nos bastidores do Projeto EscaladorAs do Brasil temos uma nordestina, mais precisamente eu ;), Janine Falcão! Carrego meu sotaque arrastado pra onde vou, com muito orgulho!

E esse é um post importante para mim, porque como representante do nordeste me sinto na obrigação de divulgar um evento em especial, O Encontro dos Escaladores do Nordeste que, chega a sua 14ª edição e acontecerá entre os dias 05 e 07 de Setembro. A sede deste ano será a cidade de Quixadá, no estado do Ceará. 

Quixadá - Foto: Divulgação EENe
O que muitos não sabem é que o EENe é o único evento de escalada do Brasil que engloba uma região inteira, e o único itinerante também, destacando a cada ano um dos seus estados. E o objetivo? o mesmo todo ano! Desenvolver e divulgar a escalada na cidade sede e reunir escaladores da região e de outras localidades do Brasil que compartilham da mesma paixão!

13º EENe - Igatu - Chapada Diamantina
Então, sou pra lá de suspeita pra falar mas, como todo evento de escalada, o EENe é super esperado e divertido. É a nossa GRANDE oportunidade de rever os amigos e de escalar sempre em um pico diferente. Este ano a programação conta com MUITA escalada, palestras, oficinas, sorteio de brindes e festa, é claro!! rs.


Virão algumas meninas de outras regiões do Brasil, o que é uma honra pra mim. Até porque o convite sempre existiu mas, esse ano em especial, muuuiiitas aceitaram. Tá mais que garantida a presença da mulherada na seg e na pedra, e a presença dessas meninas será grande motivação e incentivo à escalada feminina por aqui!

E a melhor notícia, é que o projeto EscaladorAs do Brasil estará presente, porque a Dani também virá, então, representaremos com prazer!!

O Nordeste convida todos vocês! Kmon!!
Quixadá já está de portas abertas!! a hospitalidade tá garantida!!

Guia de Escalada 2015 - Quixadá
Pra fechar nosso post fomos atrás de algumas escaladoras amigas que vão prestigiar o evento e fizemos a seguinte pergunta: O que você espera do EENe em Quixadá?

Eu espero me divertir com toda diversidade que um evento assim proporciona! Diferentes vias, escaladoras e escaladores, sotaques, culturas, rochas, agarras, culinárias, histórias, risadas... e lógico, espero muita escalada! (Ana Lígia Fujiwara - Piracicaba/SP) 

O que esperar do EENe? Além de muita diversão e ser um super encontro de amigos e novas amizades, poder estar no EENe este ano é, talvez até um sonho se realizando, um dos encontros mais importantes da escalada brasileira, unindo os escaladores das regiões mais crescentes no universo climbing. Com certeza além da diversão, será um grande aprendizado, poder escalar com escaladores de todos os cantos com energias e experiências contagiantes. E com a receptividade do nordeste, não tenho dúvida que será um dos eventos mais incríveis que tenho a oportunidade de estar! Dá-lhee!!! EENe esse ano to chegando! (Juliana Frare - Vila Velha/ES)

Espero escalar umas esportivas bonitas e curtir a vibe do lugar, aproveitando para interagir com a comunidade presente. É sempre show conhecer lugares novos de escalada, né? (Janine Cardoso - Palestrante do 14º EENe)

Eu espero que haja a reunião calorosa e simples de sempre, com muita via, muita descontração, a animação tipicamente nordestina. Poder rever amigos que não vejo desde o encontro de serra caiada não vai ter preço. E que venham as águias chilenas enquanto eu estiver escalando, pra ter mais emoção! (Suzana Hinds - Rio de Janeiro/RJ)

Espero escalar muito, encontrar pessoas de todo o Brasil! Trocar experiências e ver como é a escalada em um lugar que eu nunca fui! (Flavia dos Anjos - Rio de Janeiro/RJ)

Primeiro espero encontrar aquela galera massa do NE que já provou que sabe fazer um evento de escalada, espero também encontrar vias de alto nível para todos os gostos e sabores =)... Espero me surpreender novamente com os novos palestrantes que todo ano nos emocionam com suas histórias de experiências e  superação na escalada , espero também acabar com meus dedos de tanto escalar, me escaldar no calor do NE, dançar aquele forrozinho na confraternização do evento, aprender um pouco mais nas oficinas e por fim espero que Quixadá seja mais um marco na história da escalada do Brasil mostrando seu potencial. (Fernanda Guimarães - Pernambucana morando em Cuiabá/MT)
 
Quem ainda não fez sua inscrição não precisa se preocupar, as inscrições ainda estão rolando pelo site e poderão ser realizadas no dia 05, lá em Quixadá!

Deixo com vocês um vídeo suuper caricato do meu povo, na última edição do EENe em Igatu!! ;)

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Campeonato Gaúcho de Boulder 2015

Por: Luana Minello

Bom, para falar sobre a minha primeira participação em um campeonato estadual de escalada não será muito fácil, pois ainda permanece o misto de fortes sentimentos e sensações vividas naquele dia, principalmente a adrenalina. Um quarto lugar não seria uma colocação ótima, mas comparando com todo o esforço que passamos, dias de treinos, dores, esgotamento físico e principalmente psicológico, concorrendo com pessoas experientes, não há como negar que tudo foi válido e todos deram seu melhor!

Principalmente a motivação de estar ao lado de grandes amigas-irmãs do coração, que não eram “rivais”, mas sim meninas fortes física e espiritualmente, que estavam ali do teu lado para motivar e auxiliar no top dos boulders. Gratidão irmandade da V10 e a todas as participantes!!!! Foi maravilhoso ver nossa evolução e força a cada agarra conquistada, ouvindo os gritos de “apeerrtaa”, “calma” “respira”, alívio que todas tentavam passar naquele momento tenso (onde tremíamos a cada top!). Só tenho a agradecer a superação!
Gratidão á todos, equipe e participantes! E vennnngaaa los demás!!

A segunda etapa será realizada no dia 24/10 no Ginasio V10 em Caxias do Sul-RS










segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Serra Master - Vitória/ES

Por: Juliana Frare
Depois de 4 dias de descanso, consigo parar contar um pouco do Serra Master, festival de boulder que rolou na sede da Associação Capixaba de Escalada - ACE, em Vitória - ES.
Por tantos anos escalando tenho visto o crescimento da escalada de uma forma muito bacana, todas as vertentes se desenvolvendo, os campeonatos e festivais cada vez mais presentes na realidade da escalada no Brasil. Ainda que, com poucos recursos, muitos escaladores e simpatizantes do esporte estão unindo forças e muito trabalho voluntário para realizar eventos, mesmo que pequenos, organizados, profissionais e muito divertidos.
Falando em diversão... No Serra Master não poderia ter sido diferente! Nada melhor que encontrar com as parceiras e amigas para quebrar a cabeça (e os braços) nas linhas montadas pelo time de route setters, em especial o Naoki Arima, que mandou muito bem, desenvolvendo vias de diferentes estilos e dificuldades, de super tranquilos à aqueles que você fica minutos tentando decifrar qual melhor movimentação fazer. E nada melhor que dividir a mesma bateria com suas amigas e parceiras. Foram 2:30hs de festival para cada bateria, e tive a sorte de cair na mesma bateria que Diandra Pitella, hoje parceira de escalada, treinos e amizade, e a nova escaladora Priscila Botelho, que mesmo com poucos meses de escalada, já topou participar e se superar em um festival. De alguns anos pra cá, tenho curtido muito participar desses eventos, observando o crescimento da escalada feminina, mais e mais escaladoras incentivadas e animadas, trazendo a união e parceria, que são essenciais para a curtição!
Muitos escaladores ainda consideram que os campeonatos tem o clima "pesado" de competição, o que na minha visão é totalmente o oposto, você estar ali por algumas horas com seus amigos, incentivando, trocando "betas" possíveis e impossíveis de cada boulder, vibrando e gritando para que todas mandem aquela linha, é sensacional.
Levo o Serra Master como mais um aprendizado e boas histórias de escalada pra contar, com a certeza de que a escalada só é completa quando se tem amigos que vibram e se divertem juntos, independente de que posição cada um vai ficar. Apenas pela energia e claro, pela escalada!
E que venham os próximos eventos! Cada vez mais profissionais, mais divertidos e com a galera sempre mais sintonizada!
Abaixo, seguem as fotos que o Danilo "Monstro" fez do evento: 





Denise Telles

Diandra Pitella

Juliana Frare

Juliana Frare

Parceria e amizade no festival! Juliana Frare e Diandra Pitella

Thalita Barbosa

Yara Cardoso

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

4ª EDIÇÃO DO COCALCINHAS!! - Entrevista com Gabi Oliveira

Como EscaladorAs do Brasil tentamos divulgar o máximo a escalada feminina. Estamos sempre tentando motivar/incentivar nossas atletas monstras, a mulherada firme e forte no esporte, nossas colegas iniciantes, enfim, o público da escalada no geral! Divulgamos cadenas, relatos e eventos! E se for pra falar de evento puramente feminino, impossível não falar do Cocalcinhas que acontecerá nos dias 04, 05, 06 e 07 de Setembro, chegando a sua 4ª edição mais forte do que nunca!! 


Pensando em divulgar o evento e trazer algo legal pra vocês,  propomos uma conversa rápida à querida Gabi Oliveira (Gabizela), idealizadora do Cocalcinhas!

De onde surgiu a ideia de realizar um encontro assim, só de meninas?

Bom, foi em 2011, de forma despretensiosa, no dia D da escalada (1 de maio). Chamei um monte de garotas de Goiânia e Brasília para nos reunir e intitulei essa reunião de Cocalcinhas. Foi super divertido e desde então a gente une as forças para fazer um evento cada vez melhor em homenagem a nós, mulheres!

A macharada torceu/torce o nariz? 

É impossível agradar a todos, as vezes rolam algumas reclamações mas, felizmente conseguimos ajeitar da melhor forma para todos. É muito difícil organizar um evento legal com pouca grana, esse ano nós somos 8 organizadoras e nos desdobramos ao máximo para fazer um evento legal para toda comunidade escaladora em especial, nós, mulheres.


Porque um evento de Boulder?

Porque essa é nossa realidade em Cocal. Temos alguns picos de esportiva e pouquíssimos de escalada tradicional mas, nada se compara com a classiquez e fama dos boulders daqui.

E a questão dos apoios/patrocínios? Hoje na 4ª edição, ainda tá difícil conseguir?

Sim. Infelizmente. Nós sabemos que se fosse possível financeiramente, muitas empresas do ramo da escalada nos ajudariam mais, mas, enquanto isso não acontece, toda empresa que compre nossa ideia é recebida de braços abertos. E se alguém estiver vendo essa entrevista e quiser ser um parceiro do Cocalcinhas, basta entrar em contato!

A vibe da mulherada é diferente da dos homens? O que diferencia o Cocalcinhas de um evento misto?

Acho que vibe é vibe, independente do gênero. A diferença de escalar com a mulherada está mais na conversa e nos betas. Quando a gente junta aquela mulherada num bloco durante o evento é até engraçado, é um bláblábláblá infinito. O que a gente pretende com o festival não é segregar, queremos o bláblábláblá e a seg forte dos meninos.

O que a galera vai encontrar no Cocalcinhas desse ano?

O evento desse ano terá 4 dias, porque o feriado caiu na segunda, então teremos mais um dia para curtir. Sempre fazemos aulas de Yoga e um mini-curso de algo interessante (na 3ª edição foi ministrado um curso de 'primeiros socorros' e esse ano será sobre animais peçonhentos) e Festa com sorteio de prêmios.
 

Ano passado fizemos um desfile super divertido dos meninos vestidos de menininha, com performance e tudo, valendo um crash. Foi uma forma descontraída que encontramos de incluir os meninos que compartilham com nossa ideia e apoiam nosso evento. Este ano teremos o Master Chef do Gueto. Quero ver no que vai dar!!!



Gabi, a última pergunta seria, 'e os meninos, podem participar?' mas, como você já respondeu, aproveita pra fazer o jabá.. chama ae a mulherada e os meninos que quiserem colar!! 

Galera, estão todos convidados pro Cocalcinhas, um evento que fazemos com muuuuuito empenho, só pra vocês!! O nosso objetivo é celebrar a força feminina, reencontrar os amigos de fora, confraternizar e nos divertir!! Até o dia 30/08 ou as 50 primeiras inscrições ganham uma escovinha e podem comprar camisetas a 25 reais.

Então, quem quiser participar da 4ª edição do Cocalcinhas é só acessar o site do evento!  Se ainda restar alguma dúvida! no site tem telefones de contato!!

Pra finalizar, deixamos com vocês um super 'PLUS' de como foi a 3ª edição do Cocalzinhas, é clicar no vídeo e curtir a vibe da galera!!! ;)



quinta-feira, 20 de agosto de 2015

1º Maratona de Boulder por Equipes - CT Ferragut


Por: Anna Shaw

Nunca havia participado de um campeonato com este formato (por equipe), e sinceramente, gostei muito! Foi uma mistura de bastante descontração com uma pitada de planejamento estratégico durante a escalada. 

Ao longo do campeonato, notei alguns detalhes vantajosos de escalar em equipe:
- Seguradores de plantão: Era impressionante ver como todas as equipes estavam completamente unidas e genuinamente preocupadas com a segurança de cada um. 
- Torcida organizada: A equipe toda delira quando você faz a cadena! Teve uma cadena (da Equipe “Jairo”) que me deixou arrepiada e resumiu o sentimento que rodeava este campeonato (união). Um dos membros da equipe conseguiu mandar o boulder que estava trabalhando, e quando desceu da parede a equipe toda pulou em cima dele com uma euforia, como se todos eles tivessem mandando aquele mesmo boulder. Foi irado de ver! 

Nos 10 minutos finais do festival (de 5 horas) praticamente todas as equipes ainda estavam em pé dando segurança, escalando com suas peles moídas e lutando contra o tempo para somar aqueles últimos pontos. Foi impressionante ver como a galera toda continuou escalando até os últimos segundos da Maratona! 
Na minha opnião faltam mais eventos como esta “Maratona do CT Ferragut” no cenário de escalada de competição brasileira! 
Pois, ao meu ver, são estes tipos de eventos mais descontraídos que estimulam qualquer escalador (que gosta ou não de competir) a participar e experimentar uma outra faceta do universo da Escalada Esportiva. 

Quem sabe com esse exemplo do muro CT Ferragut as outras academias brasileiras se animam em repetir este formato ou a criar um outro formato diferenciado de campeonato, né? Eu fico aqui na torcida! 

Queria aproveitar o espaço para parabenizar TODA equipe que trabalhou nesta “1º Maratona de Boulder por Equipes” do CT Ferragut! 
Novamente tive uma experiência incrível, um evento de extrema qualidade tanto de organização quanto no nível das linhas dos boulders montados. 
Muito obrigada à todos por essa Maratona!