quarta-feira, 15 de julho de 2015

BOULDER EM CAIOBÁ

Localizado ao sul do litoral paranaense, o balneário de Caiobá é o mais frequentado do município de Matinhos, principalmente por veranistas na alta temporada de verão.
Uma das praias mais lindas do Paraná, e considerada como um dos locais para a prática de boulder mais incríveis do sul do Brasil, Caiobá é referência dentro da comunidade “boulderística” nacional.

Teve seus primeiros frequentadores a partir da década de 1990, no setor da Ilhazinha (Ilha das Tartarugas), local de natureza exuberante e tombada em 1989 como sítio arqueológico protegido pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artísitico Nacional). Tendo um desenvolvimento mais expressivo no final desse mesmo período com os escaladores Carlos Michel (Carlera), Fábio Schreiber (Moleza), Maurício Caminha entre outros.

Porém nessa época, as atuais linhas ainda eram um grande desafio – boulders duros e muito difíceis para aquele momento – até que após um bom tempo esses mesmos escaladores, juntamente com Diogo Ratacheski (Dioguinho), Flavio Canteli (Juquinha) e demais atletas, começaram a tentar as linhas saindo bem debaixo (SDS), e a partir de 2004/2005 o setor já se consolidava como um dos melhores locais para a prática do Boulder no país, arrastando atletas de vários estados para suas incríveis e desafiadoras linhas.

Apesar de o acesso ser muito fácil, o caminho se dá pela Praia Bela, através de um istmo de pedras que só é visível durante a maré baixa. Durante a maré alta torna-se muito perigoso sua travessia. (ver mapa)

O setor Ilhazinha conta com aproximadamente 20 linhas, sendo mais da metade acima de V8, com características de força e explosão muscular. Os mais clássicos e recomendados são: “Ginsu 2000 – V4”, “Gosma Derretida – V8”, “Zen – V10” e “Johny Block Vieira – V5/V6”, além de outros.

Com o setor Ilhazinha em franco desenvolvimento e seus projetos caindo, outros setores começaram a ser explorados pelos arredores, tendo atualmente além do setor Ilhazinha, os setores “Praia Mansa/Praia Bela”, “Atrás da Casa” e “Morro do Boi”.

Saindo do estacionamento, o setor mais próximo é entre a Praia Mansa e a Praia Bela, com diversos blocos na beira do mar, possui linhas mais fáceis e base de areia. Alguns boulder’s podem ser escalados apenas com a maré bem baixa, como o clássico “Maré Baixa – V8”. Ótima opção para quem não quer fazer muita força e ao mesmo tempo curtir uma praia.

Continuando pela rua de acesso (contornando o lado sul do Morro do Boi), continue pela calçada até chegar numa escada de pedra à direita que desce para a praia, e contorne o muro de pedra que tem no final. Atrás da última casa, já no costão do morro, existem alguns blocos com linhas bem interessantes, tendo como destaque os boulder’s “Jesus me abane v3”, “El niño – V6” e “Trivela – V7”.

Também tombado pelo IPHAN em 1989, o Morro do Boi com seus 160m de altura e natureza exuberante, vem se tornando um setor cada vez mais procurado por escaladores. 

Com linhas mais “democráticas” o local proporciona boulder’s para todos os gostos e níveis. Começou seu desenvolvimento a partir de 2004/2005 e após alguns anos, está recebendo novas linhas e alguns “upgrades” (SDS) em linhas já existentes.

O acesso ao setor se dá logo no início da rua de acesso à Praia Bela (ver mapa). Do lado esquerdo há uma trilha não muito óbvia (logo depois dos prédios) que atravessa o Morro do Boi levando até o costão na beira do mar. Começa com uma boa subida e após alguns minutos caminhando encontra-se uma bifurcação, pegar à direita descendo até encontrar o costão. Dali pode-se visualizar do outro lado do canal, o setor Ilhazinha. Esse setor se subdivide em dois, para acessar o outro lado basta atravessar os blocos gigantes atrás dos boulders por uma sessão de cavernas ou tentar contornar pela beira do mar.

Atualmente existem cerca de 30 linhas que variam do V0 ao V10, contando ainda com alguns possíveis projetos mais difíceis. Já possui alguns clássicos como; “Guiminho – V4/V5”, “Heaven and Hell – V8”, “Desvio Ativo – V7”, “Tsunami – V3”, “Arestinha – V5” e tantos outros.
Boulder para todo tipo e estilo de escalador, desde aqueles que querem apenas curtir uma praia e de quebra brincar em algumas linhas, até para quem busca projetos bem difíceis na casa dos dois dígitos, sem perder a qualidade das escaladas.

Assim é Caiobá, um lugar mágico para a prática do bouldering, com diversos estilos diferentes, entre tetos, negativos, placas verticais e aderências.

Ainda não dispomos de um guia/croqui oficial do setor, mas estamos em processo de desenvolvimento do mesmo. Vale a pena contatar algum escalador da região que conheça os setores para mostrar as linhas e suas dificuldades.

O acesso se dá pela rodovia BR-277 de quem vem da capital Curitiba em direção à Paranaguá (rodovia duplicada com pedágio). Na altura da localidade de Alexandra, pegar a rodovia PR 508 (rodovia sem acostamento) que fica à direita, seguindo as placas que levam à Matinhos e Guaratuba. Chegando em Matinhos, pegar a rodovia PR 412 e seguir até a altura da rua centro de Curitiba até Caiobá.

Quem vem do sul (Florianópolis) pela BR 101, deve entrar no município de Garuva pela rodovia SC 412 (pista simples) até Guaratuba (38km), e lá pegar a balsa (ferry-boat) que atravessa o canal que separa os municípios de Guaratuba e Matinhos, depois é só seguir até a rua Presidente Kennedy (à direita da rodovia).
Você também pode vir a Caiobá saindo de Curitiba, de ônibus. As saídas são da estação rodoferroviária e a empresa que faz o trajeto diariamente é a Viação Graciosa.

E para finalizar, como em qualquer ambiente natural, alguns “modos de conduta” são muito importantes seguir:
- Ao sair do local, recolha seu lixo (isso inclui pedaços de esparadrapo) e deixe-o da mesma forma como o encontrou (claro que se encontrar algum “lixo adicional”, não custa pegá-lo e fazer o devido descarte);
- Procure não estragar a vegetação, caso seja necessário por motivos de segurança, realoque a planta em local apropriado para que a mesma continue a se desenvolver;
- Não faça barulho demasiado, há fauna presente que habita o local desde muito mais tempo que nós escaladores;
- Pratique hábitos saudáveis;
- ESCOVE SEMPRE AS AGARRAS DEPOIS DE ESCALAR, se precisar marcar agarras de pé e/ou mão não se esqueça de apagar depois. O magnésio deixa as agarras “babada” com a maresia do mar, sendo difícil a limpeza depois de certo tempo;
- Lembre-se que atitudes simples como essa, são fatores essenciais para a sustentabilidade dos picos, assim como para manter aberto o acesso aos setores de escalada em todo nosso país.





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