quarta-feira, 20 de abril de 2016

Campeonato Brasileiro de Escalada Esportiva, Etapa Boulder - ABEE

Por Flora Kesselring Zugaib


No dia 16 de abril, um sábado lindo de sol, aconteceu a etapa de boulder do Campeonato Brasileiro de Escalada Esportiva realizado pela ABEE. A etapa foi realizada no ginásio de Escalada Campo Base em Curitiba, Paraná.O evento teve a participação de escaladores e escaladoras de vários lugares do Brasil, Paraná, Santa Catarina, Goiás, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, etc.

Estávamos em 7 mulheres na categoria Pro. As eliminatórias começaram pontualmente às 8h30. Estávamos todos na expectativa do novo formato de classificação (novo para nós,  brasileiros mas, este sistema já é usado em competições mundiais). Foram 5 linhas de boulder para as mulheres e 5 para os homens. Ao entrar para o primeiro desafio, tínhamos cinco minutos para conhecê-lo e escalar da melhor forma possível, para mandar! Passados os 5 minutos do primeiro problema, passamos outros 05 descansando, antes de partir pro segundo e assim sucessivamente até o quinto problema.

As mulheres foram as primeiras. Os boulders estavam bem duros. Os route setters  observavam o nível dos participantes para montar os boulders da final. As classificatórias terminaram ao meio dia, e só então foram montados os boulders do festival, modo de classificação das demais categorias, infantil, sênior e amador que, começou às 13h. Classifiquei-me em quinto lugar. 

Às 19h foi dado início a final da categoria Pro. Os finalistas foram, Thais Makino, Camila Macedo, Janine Cardoso, Patrícia Antunes, Eu , Ana Luisa Shiraiwa e Carol Nascimento (Campeã Juvenil de 2016) na equipe feminina. Na masculina tínhamos, Jonas Leffeck, Jean Ouriques, Ian Padilha, Felipe Ho, Pedro Nicoloso e Bruno Milani. Dessa vez tínhamos 4 boulders, com 4 minutos para serem resolvidos e a leitura prévia foi realizada com todos os finalistas juntos. Escalaríamos em simultâneo, um homem e uma mulher. 
 
Finalistas!!!
Para meu privilégio, meu “par" foi o Ian Padilha, escalador conterrâneo e amigo. Estávamos em casa e com uma torcida incrível. Pudemos contar com a vibe de muitos amigos que estavam torcendo por nós ao mesmo tempo. Foi emocionante! (Na torcida fomos campeões! hehehehe) Outra coisa nova pra mim, pelo menos, foi o isolamento ser divido em 2. Todos começavam em um e a partir do momento em que voltavam do boulder 1 eram encaminhados  o isolamento “2”. Após todos os finalistas entrarem no problema 1, retornavam para o primeiro isolamento.
 
Ian padilha, amigo e conterrâneo!

A torcida!

Nos 3 primeiros boulders toquei nas agarras bônus. No quarto e último, quando eu fazia o primeiro movimento, caía. Era um dinâmico bem diferente. A atual Campeã Brasileira, Thais Makino, mostrou muita experiência, preparo físico e simpatia. Jean Ouriques, também atual Campeão Brasileiro, mostrou a que veio, com muita paixão.

Terminei em 6º lugar! Adorei participar, foi uma super experiência!!! Vi que para eu melhorar seria preciso focar em competição, me especializar nisso 'SQN' (rs). 
O nível dos atletas está altíssimo, a escalada brasileira de competição está linda!!! A organização do ginásio Campo Base e da ABEE estiveram excelentes. Os boulders foram muito bem elaborados. Torcida presente, tudo muito redondo!


Parabéns a todos os envolvidos! Agradeço a Quatro Ventos, Campo Base Loja e Ginásio, Capituva, Leo Boiarski Fisio, e Alto Estilo pelo apoio, sempre!! E que venha a temporada!!! Uhuuuuu!!!!

Fotos retiradas da fanpage do Campo Base, Ginásio de Escalada!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Mais uma conquista para a escaladorA Nereida Rezende!!

 Por Nereida Rezende
 
Pedra Riscada - MG
Coloquei a via Moonwalker da Pedra Riscada no meu currículo revezando de igual pra igual com o meu namorado, Bruno Alves. Das 07h às 07h na base, 24h de atividade para vencer os 1000 metros! Viva o climb!! Via fácil, exposição na dificuldade, só no final. Máximo sexto grau. O que pega é o tamanhão mesmo. 19 esticões cheios. Esticões de 55, 60 metros, estica MESMO toda a corda. No início a gente tocava dois esticões cada, escalando em simultâneo. Depois, nos quintos e sextos, fomos com seg normal, uma cordada por pessoa. Era chegando com as costuras e saindo de imediato, o outro só virava a seg. Na descida tiramos várias sonecas nos platôs. Bivacando de roupa quente, só. Foi base cume base em 24 horas, 1000 metros. 


Coloquei D5 no meu currículo AGUIPERJ! Eeeeeeeeeee D5, duração 5 é uma via tão grande que o bivak na parede é praticamente obrigatório. É um bigwall. O difícil dessas escaladas é ter um ponto ideal entre não carregar muito peso, mas, também não passar fome e frio. Subimos direto até o cume, que fizemos às 16h. Aí começamos os rapéis, 8 cordadas até o platô da P12, chegando no escurecer, dormimos umas 4 horas, talvez, e 01h da manhã começamos os rapéis. Rapéis de 55 metros com as cordas duplas. Na P7 tem outro platô, tiramos mais uma soneca. A corda prendeu 2 vezes, os rapéis eram muuuuito longos. Tínhamos que ser metódicos, não deixar as cordas se trançarem na descida. E assim chegamos na base 07h e dormimos mais uma hora ou duas antes de enfrentar a trilha amena para o carro, para dirigirmos de volta ao Rio.


Foi 700km na sexta. Dormimos em barraca, ao lado do carro, lá quase na base. Acordamos  às 04h, escalamos das 07h às 07h do outro dia. Enfrentamos mais 900km de volta, seguindo pelo ES, para namorar as montanhas de lá e preparar um ataque. Foi quebradeeeera mas, com croqui não se perde! É seguir as canaletas ou as costeletas (as arestas abauladas), rsrsrs. Como é lindo da parte desses tórtons melons, deixar uma via assim pra comunidade, acessível, mas com emoção. Passávamos meio veneno e logo aparecia aquela chapa generosa, bonitona, pra dar um brinde! 

Na primeira investida na Moonwalker fui com mochilão, saco bivak, saco de dormir e muito agasalho. Guiava com peso mesmo mas, era duro, porque os esticões são de 55 a 60 metros e no final tem muito arrasto e o peso das cordas. Infelizmente a chuva nos pegou na dormida do platô da P12. Nos arrependemos de ter parado às 15h pra escalar o resto dia seguinte, simplesmente não rolou. Dessa vez a estratégia foi ir leve e fazer em um dia e chegamos ao cume às 16h,  mas, eu passei frio e "fome". Então tem esse trade. 


Obrigada pelo incentivo pessoal! Eu sei que eu revezei a vez até a hora de puxar ou ir salvar a corda, nos rapéis noturnos. Como o Bruno é guia certificado e eu to ainda fazendo meu currículo, eu aprendo muito com ele! Ele é muito generoso! Tô cada vez mais motivada! 


Ótimas escaladas a todos!