segunda-feira, 8 de junho de 2015

Big 1000 no Rio Grande do Sul


Por: Vanessa Staldoni 

Nosso desejo é que aquelas que curtem escalada tradicional não deixem de participar das próximas edições desse evento, cujo objetivo é a preservação de nossas montanhas e o entrosamento entre parceiros de cordada. Estudem, treinem, se dediquem e lembrem: nosso corpo só não vai aonde a nossa mente nunca esteve antes. A gente pode tudo!! Aperta, guria!!!

"Chegamos em Bagé na sexta, dia 22 de maio, às 14h. O tempo estava perfeito. Resistimos a duras penas à tentação de escalar porque queríamos estar zeradas para a escalada do Big 1000 no dia seguinte. Então, aproveitamos o tempo livre para gravar o acesso ao morro do Ninho das Águias, cuja trilha não é bem marcada e o plano era cruzá-la à noite. Acesso reconhecido, roteiro de vias definido, procedimentos de segurança discutidos e combinados, mochila fechada, despertador ajustado para as 4h, entramos nos sacos de dormir às 21:30. 

Para nosso desânimo estava chovendo no horário que acordamos. Esperamos até as 6h, depois até as 11:30 e nada da chuva dar trégua. Aproveitamos o tempo vago para conhecer melhor o acesso às vias do segundo conjunto. A vontade de escalar era gigante e, depois de avaliar a situação, decidimos entrar na chuva, mesmo sabendo que era mais perigoso e desconfortável escalar nessa condição. 

Mal saímos da Casa de Pedra e a chuva engrossou, impossível escalar naquelas condições. Como estávamos equipadas decidimos “gastar a energia acumulada” nas vias esportivas que ficam numa parede negativa, protegida da chuva. 

A ideia era não nos gastar muito nas esportivas pois tínhamos esperanças que o tempo melhorasse e iríamos conseguir escalar o Big 1000 no domingo. Acordamos cedo no domingo e, para nossa alegria, tinha sol e vento, perfeito para secar as vias! Tomamos um café da manhã rápido e as 8h já estávamos a caminho do Ninho das Águias. 

Informamos para o Moises Oliveira, que estava na equipe de resgate, a via que iríamos entrar e que iríamos começar o Big 1000 naquele momento, mesmo sem ter a chance de escalar as 24h, pois o evento, de acordo com o regulamento, iria só até as 23:59 do domingo.

Para nossa surpresa fomos informadas que o evento havia sido cancelado desde o final da tarde de sábado por motivos de segurança. Ficamos tristes e perdidas por alguns momentos. Foram meses de preparação, 1000 km percorridos, ansiedade, expectativas. 

Como o tempo estava favorável, conversamos com Iuberê Machado, escalador local, sobre as condições da rocha depois de tanta chuva. Decidimos que iríamos escalar, independente de participação em evento, não queríamos mais perder tempo.

Escalamos tranquilas, num ritmo suave, muito atentas a todos os procedimentos de segurança na escalada e nos rapéis, curtindo a beleza das vias e do lugar. Escalamos as vias Ninho das Águias, Titiolina e Entre o Sol e a Lua. Encerramos nossa escalada às 17h, perto do horário de anoitecer, total de 200 m. Temos informações importantes a passar sobre as vias. 

O que fica de bom, em primeiro lugar, é a ótima companhia dos amigos que estavam presentes em Bagé e também aqueles que, mesmo de longe, incentivaram nossa participação no 1° BiG 1000 RS. Obrigada especialmente ao incentivo nas dificuldades, respeito e a valorização mútua. E no coração fica o nosso desafio pessoal de ter escalado alguns metros e a decepção de não termos a chance de participar, por algum motivo, do primeiro BIG 1000 RS." (Vanessa e Luísa)


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