quinta-feira, 18 de junho de 2015

Os efeitos e influência do aquecimento

Por Camila Matiazi Macedo, estudante do curso de Bacharelado em Educação Física, UTFPR. Orientado pelo Mestre Léo Boiarski, fisioterapeuta e osteopata.
O aquecimento é a preliminar de um exercício e uma pratica realizada por muitos profissionais relacionados ao esporte e reabilitação. Entende-se que o aquecimento são todas as formas de preparação para a atividade física, seja para o treinamento, competição, reabilitação ou até mesmo recreacional, cujo o objetivo é a aquisição do estado ideal físico e psíquico bem como preparação cinética e coordenativa na anticoncepção de lesões. (MCARDLE, KATC, 2003).
Segundo a Sociedade Americana de Fisiologia do Exercício (ASEP), pouco se fala a respeitos dos objetivos, efeitos fisiológicos e prescrição dos exercícios de aquecimento, no entanto é fisiologicamente racional presumir que o aumento da temperatura muscular, associado a um aumento da elasticidade muscular e da resposta neuromuscular possam preparar o corpo diminuindo o risco prevalente de lesões relacionadas a determinado esporte.

Sendo assim o aquecimento pode ser realizado seguindo duas técnicas, o aquecimento passivo ou ativo. No primeiro caso chegasse ao aumento da temperatura muscular e central sem deprimir as fontes de energia, utilizando fontes de calor externa como, bolsas quentes, saunas, ondas curtas (diatermia), massagem ou banhos quentes. O segundo ocorre a partir de movimentos de baixa intensidade e que são diligentes na elevação da temperatura corporal, ativando o aquecimento dos tecidos e promovendo melhorias nas funções fisiológicas. Segundo Weineck (2008) a intensidade controlada de aquecimento ativo e passivo pode aumentar o desempenho muscular de 3 a 9%.

Autores como Weineck e Knudson (2008), explicam que as atividades de aquecimento devem incluir aquecimento geral e especifico. O aquecimento geral deve ser desenvolvido através de atividades leves como, caminhada, natação, ciclismo de pernas ou braços que possam elevar a temperatura muscular e preparar os sistemas cardiovascular e pulmonar para responder ao desempenho motor. E as atividades de aquecimento específico que resumem-se em exercícios específicos para uma modalidade, trabalha diretamente com os grupos musculares mais requisitados, redistribuindo o sangue que se encontra em grande quantidade no trato gastrointestinal e favorecendo uma maior irrigação da musculatura a ser recrutada, suprindo a área com mais oxigênio e possibilitando alcançar uma temperatura ideal.

Por meio da aceleração do processo metabólico e redução da viscosidade interna as contrações se tornam mais rápidas e podem promover o aumento da velocidade e da força de contração muscular, além de acelerar a transmissão nervosa o que pode reduzir ainda mais o tempo de resposta, assim o aquecimento progressivo e gradual deve proporcionar intensidade suficiente para elevar as temperaturas centrais e musculares, mas sem influenciar severamente as reservas de energia e em hipótese nenhuma gerar fadiga muscular. Se realizado da forma correta tem ainda o potencial de melhorar o comportamento na performance esportiva pois adapta o corpo ao estresse do exercício permitindo que permaneça mais tempo desempenhando a atividade em “estado estável” e permitindo concentrar todos os aspectos motores necessários. E ainda diminui o risco de lesões, pois torna os ligamentos, músculos e tendões mais elásticos e aumenta a produção de liquido sinovial, responsável pela lubrificação das articulações. (VIERA, et al, 2012).
Robertson, et al, (2005) demonstram em estudos que o aumento da temperatura intramuscular ajuda em uma maior extensibilidade da unidade musculotendínea, aumento de amplitude e diminuição da rigidez. O autor referisse ao aquecimento como auxiliar na diminuição de risco de lesões musculares e efeitos positivos psicológicos que podem se manifestar com a sensação de “estar preparado”. Behm et al.(2001) sugeriram que o aquecimento aumenta a velocidade de condução nervosa e poderia diminuir o tempo de resposta neuromuscular a um estímulo externo.


Importante que o corpo retorne ao estado normal antes de terminar a atividade. O resfriamento também conhecido como “volta à calma” é conseguido com a diminuição gradativa da atividade durante os últimos minutos do exercício, proporcionando a depleção de acumulo de sangue nas extremidades e diminuindo a frequência cardíaca, respiratória e a concentração de catecolaminas. Esse assunto será abordado com mais especificidade no próximo artigo.
Bons treinos!!!

Referências
Behm DG, Button DC, Butt JC. Factors affecting force loss with prolonged stretching. Can J Appl Physiol 2001.
Knudson DV. Warm-up and Flexibility. In: Chandler TJ, Brown LE. Conditioning for Strength and Human Performance. Philadelphia, PA: Lippincott-Williams & Wilkins, 2008.
Mcardle WD, Katch FI, Katch VL. Fisiologia do Exercício, Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

Robertson VJ, Ward AR, Jung P. The effect of heat on tissue extensibility: a comparison of deep and superficial heating. Arch Phys Med Rehabil. 2005.

Vieira WHB, Nogueira JFS, Souza JC, Prestes J. O alongamento e o aquecimento interferem na resposta neuromuscular? Uma revisão da literatura. R. bras. Ci. e Mov 2013.

Weineck J. Treinamento Ideal. 9ª Ed. São Paulo: Manole, 2003.

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